22 de fevereiro de 2010

Quem é Fernando Nobre ?

Fernando Nobre: "Não vejo o que impede uma coligação de Governo"

Médico e fundador da Assistência Médica Internacional, Fernando Nobre aventura-se agora na política. Aqui fica a primeira entrevista, dada horas antes de anunciar publicamente a sua candidatura a Presidente da República.

A sua candidatura é bastante surpreendente - até para si?
Posso confessar que eu não pensava nisso há um ano, quando me começaram a surgir mensagens e telefonemas. À medida que foram surgindo esses contactos, fui falar com as pessoas - primeiro falei com pessoas responsáveis e credíveis, todas fora da política, mais ligadas ao meio empresarial, das artes e jornalístico. E as coisas começaram a tomar forma. Depois, ouvir muitas personalidades, no arco que vai do CDS ao PCP. Surpreendente? Sim. Isso não estava nos meus planos, de todo.

Quando se consolidou essa possibilidade?
Há dois, três meses. A situação do país, que se tem vindo a deteriorar no último ano, talvez tenha tido alguma aceleração, ao nível da taxa de desemprego, do endividamento externo, do défice... E eu comecei a pensar porque é que do pilar da cidadania, ao qual sempre pertenci, não se ergue alguém. Entendi que após tanto ter criticado, para ser coerente comigo próprio, tinha chegado o momento em que há que correr um risco.

Que risco? Ter um mau resultado?
Não. O risco de muita gente não compreender porque é que um humanista e humanitário a partir de certo momento entende dever entrar num processo que à partida não era o seu. Mas entendo que, na situação em que o país está, ou damos todos as mãos e acreditamos que ainda é possível, ou vamos aceitar que continuem a sair do nosso país cem novos licenciados por mês e que um novo fluxo emigratório esteja em curso.

Mas acha que o PR pode mudar isso?

Não. O PR, pelos poderes que a Constituição lhe confere (se eu consegui ler tratados de medicina, também consigo ler a Constituição, mas ainda bem que há um Tribunal Constitucional), pelo exemplo, pelo incentivo, pode ser determinante.


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